quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O QUE TODO CRISTÃO DEVE SABER


Não há na Bíblia, nenhuma só vez as palavras
Homossexual, lésbica ou homossexualidade...
A palavra homossexual só foi criada em 1869, reunindo duas raízes linguísticas: Homo (do Grego, significando “igual”) e Sexual (do latim). 
Portanto, como a Bíblia foi escrita entre 2 e 4 mil anos atrás, não poderiam
os escritores sagrados terem usado uma palavra inventada só no século
passado... Elementar irmão!!
A prática do amor entre pessoas do mesmo gênero, porém, é muito mais antiga que a própria Bíblia.
Segundo o poeta e escritor Goethe, “a homossexualidade é tão antiga quanto a humanidade”. Certamente, cada tempo com sua experiência singular, mas com o mesmo direcionar de desejo: o igual.
Entre os Hititas, povo vizinho e inimigo de Israel, havia mesmo uma lei autorizando o casamento entre homens (1.400 antes de Cristo). Como explicar as abominações do Levítico: “O Homem que dormir com outro homem como se fosse mulher, comete uma abominação, ambos serão réus de morte” (Levítico, 18:22 e 20:12). 
Segundo os Exegetas (estudiosos das escrituras sagradas), fazia parte da tradição de inúmeras religiões de localidades circunvizinhas à Israel, a prática de rituais homoeróticos, de modo que esta condenação visa fundamentalmente afastar a ameaça daqueles rituais idolátricos e não a homossexualidade em si. Prova disto é que estes versículos condenam apenas a homossexualidade masculina: teria Deus todo poderoso se esquecido das lésbicas, ou para Javé, a homossexualidade feminina não era pecado?
Considerando que, do imenso número de leis do Pentateuco, apenas duas vezes há referência à homossexualidade (e só à masculina), concluem os exegetas que a supervalorização que os cristãos conferem a estes versículos é sintoma claro e evidente de intolerância machista, de nossa sociedade, um entulho histórico, e não um desígnio eterno de Javé, do mesmo modo que inúmeras outras abominações do Levítico,
Como os tabus alimentares (por exemplo, comer carne de porco) e os tabus relativos ao esperma e ao sangue menstrual, hoje completamente abandonadas e esquecidas. 
Por que os católicos e protestantes conservam somente a negação contra a homossexualidade, enquanto abandonaram dezenas de outras proibições decretadas pelo mesmo Senhor?
Intolerância machista e ignorância que Freud explica!
             Como justificar a indiscutível relação homossexual existente entre David e Jônatas?! Eis a declaração do salmista para seu bem-amado: ”Tua amizade me era mais maravilhosa do que o amor das mulheres. Tu me eras deliciosamente querido!” (II Samuel, 1:26). Alguns crentes argumentarão que se tratava apenas de um amor espiritual, ágape.
               Preconceito primário, pois só as coisas materiais são referidas com a expressão “delicioso”, e não resta a sobra da menor dúvida que David, em sua juventude, foi adepto do “amor que não ousava dizer o nome”. Não foi gratuitamente que o maior escultor de nossa civilização, Miguel Ângelo, ele próprio, também homossexual, escolheu o jovem Davi, , como modelo de sua famosa escultura de Florença, na Itália. 
          Negar o amor homossexual entre estes dois importantes personagens bíblicos (“amizade mais maravilhosa que o amor (Eros) das mulheres”) é negar a própria evidência dos fatos.
   O Eclesiastes ensina: “É melhor viverem dois homens juntos do que separados. Se os dois dormirem juntos na mesma cama se aquecerão melhor” (4:11). Num País quente como a Judéia, o interesse em dormir junto só podia ser mesmo erótico. Portanto, na teoria o Levítico era uma coisa e a prática, desde os tempos bíblicos, parece ter sido outra. “Deus nos fez ministros da nova aliança, não a da letra e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica.” (II Coríntios, 3:6)
A destruição de Sodoma e Gomorra? 
   Não há evidência histórica ou arqueológica que confirme a real existência dessas cidades; este relato é obra dos “javistas” (escritores bíblicos do séc. X a. C.), que se apropriaram de relatos mitológicos de outros povos anteriores aos judeus;
    A própria destruição da suposta intenção homoerótica dos habitantes de Sodoma em relação aos três visitantes de Abraão (anjos ou homens?) apresenta dificuldades sérias de interpretação, pois quando os habitantes de Sodoma declararam desejar conhecer os visitantes, maliciosamente se interpretou o verbo “conhecer” como sinônimo de “ato sexual”. Segundo os exegetas, das 943 vezes que aparece esta palavra no Antigo Testamento (“yadac” em hebraico), em apenas 10 ela tem significado heterossexual – nenhuma vez o sentido homossexual. A associação do pecado dos “sodomitas e gorromitas” com a homossexualidade é um grave erro histórico, que tem sua oficialização pela igreja católica apenas na Idade Média, a “idade das trevas”.
    Todos os textos que aludem à Sodoma
no Antigo Testamento atribuem sua destruição a outros pecados e não ao “homossexualismo”: falta  de justiça (Isaías, 1:10 e 3:0), 
Adultério,
Mentira e falta de arrependimento (Jeremias, 23:14);
Orgulho, intemperança na comida, ociosidade e “por não ajudar o pobre e indigente” (Ezequiel, 16:49); insensatez, insolência e falta de hospitalidade (Sabedoria, 10:18; 19; 14; Eclesiástico, 16:8).
No Novo Testamento, não há qualquer ligação da destruição de Sodoma com a sexualidade e, muito menos, com a homossexualidade (Mateus, 10:14; Lucas, 10:12 e 17:29)
Dirão, agora, os crentes mais intolerantes: e as condenações de São Paulo aos homossexuais?
Quando Paulo diz que certas categorias de pecadores não entrarão no Reino dos Céus – ao lado dos adúlteros, bêbados, ladrões, etc... – muitas Bíblias incluem nesta lista os “efeminados” e “homossexuais”. Logo de início, há uma condenação injusta, pois muitos efeminados (como muitas mulheres masculinizadas no comportamento) não são necessariamente homossexuais. As mais modernas e abalizadas pesquisas exegéticas concluem que, se Paulo de Tarso quisesse condenar especificamente os praticantes do homoerotismo, teria empregado o termo corrente em sua época e de seu perfeito conhecimento, “pederastas”. Em vez desta palavra, Paulo usou as expressões gregas “malakoi”, arsenokoitai” e “pornoi” – que as melhores edições da Bíblia em português traduzem por pervertores”, “pervertidos” e “imorais”. Portanto, foram estes pecadores que Paulo incluiu na lista dos afastados do Reino dos Céus, e não os “pederastas”, e muito menos os “homossexuais”, palavra desconhecida na Antiguidade. Segundo os historiadores, vivendo São Paulo numa época de grande licenciosidade sexual – tempo de Calígula, Nero e de Satiricon -, esperando o próximo retorno do Cristo e o fim do mundo, ele condenou, sim, os excessos e abusos sexuais dos povos vizinhos, mas nunca o amor inocente e recíproco, tal qual o de Davi e Jônatas. 
              E, se a condenação Paulina inclui também os bêbados, corruptos, caluniadores, por que atirar tanta pedra somente nos homossexuais?
             Todos somos imagens de Deus!
             O maior argumento para comprovar que as Escrituras Sagradas não condenam o amor entre pessoas do mesmo gênero, é o fato de Jesus Cristo nunca ter falado nenhuma palavra contra
os homossexuais!
              O que Jesus condenou, sim, foi a dureza de coração, a intolerância dos fariseus hipócritas, a crueldade daqueles que dizem Senhor, Senhor!, mas esquecem da caridade e do respeito aos outros (Mateus, 7:21). E foi o próprio Messias quem deu o exemplo de tolerância em relação aos “desviados”, andando e comendo com prostitutas... 
O ensinamento do discípulo que Jesus amava
   Não podia ser mais claro:
“Filhinhos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor
vem de Deus e tudo o que é amor é nascido de Deus
e conhece a Deus” (I João, 4:4).
   O próprio Filho de Deus garantiu: “Muitas coisas ainda
tenho a dizer-vos, mas não s podeis suportar agora!”
   Para os verdadeiros crentes o que vale é o exemplo do Filho de Deus, Jesus Cristo, que nunca condenou a prática da homossexualidade. “E conhecereis a verdade,
a verdade vos libertará!” (João, 8:32).
Indicação de leitura:
Homossexualidade: Ciência e Consciência, de Marciano Vidal (Edições Loyola, SP, 1985).


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