terça-feira, 8 de março de 2011

Soneto de Fidelidade

 "De tudo, ao meu amor serei atento
 Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto
 que mesmo em face do maior encanto
 Dele se encante mais meu pensamento.

   Quero vivê-lo em cada vão momento
   E em louvor hei de espalhar meu canto
   E rir meu riso e derramar meu pranto
   Ao seu pesar ou seu contentamento...

          E assim, quando mais tarde me procure
          Quem sabe a morte, angústia de quem vive
          Quem sabe a solidão, fim de quem ama.

  Eu possa me dizer do amor (que tive):
  Que não seja imortal, posto que é chama
  Mas que seja infinito enquanto dure."

  Vinicius de Moraes

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