Uma
faixa estreita de terreno ao longo de uma parede é um excelente local para o
jardim de ervas culinárias; o calor refletido torna mais intenso o sabor e o
aroma das ervas que gostam de sol.
Para
criar um jardim definitivo, e muito fácil de cuidar, examine a possibilidade de
plantar ervas entre os degraus de uma escada, entre os aros da roda de uma
velha carroça, ou até mesmo entre a moldura envidraçada de uma pequena janela
velha. Apóie a moldura de madeira com um ou dois tijolos sobrepostos e preencha
cada espaço com a mistura de solo apropriada à erva a ser plantada ali. Para
salsa, cebolinha, hortelã, segurelha e aneto, utilize terra enriquecida, cheia
de húmus, e para a maioria das outras ervas, terra fofa e arenosa.
A maioria das ervas culinárias, especialmente
manjericão, cebolinho, aneto e sálvia, produzem folhas maiores e melhores
quando aparadas. Se aparar demais, cave em volta e ponha um pouco de adubo ou
acrescente, na próxima vez que for regar, um pouco de farinha de peixe, para
estimular o novo crescimento.
Cultivando
Ervas em Recipientes
A
maioria das ervas pode ser cultivada em recipientes menores. Se o que estiver
usando for um vaso, ele deve ter de um terço a metade da altura da planta.
Ervas altas, como a alfazema e o aneto, necessitam de podas regulares. Uma mistura
adequada para colocar plantas em vaso é constituída de partes iguais de terra
vegetal esterilizada e areia grossa. Se possível, acrescente um pouco de
estrume bem curtido.
Atrás
de uma vidraça ensolarada, a maioria das ervas cresce no verão quase tão bem
dentro de casa quanto do lado de fora.
As
condições ideais são: temperatura do ar de 10°C a 25°C, luz solar durante no mínimo cinco horas
diárias e umidade de aproximadamente 50%. Um pouco de exposição ao ar fresco,
sem vento, também é ótimo para as plantas.
Uma
janela voltada para o norte é o ideal, mas as que dão para o leste ou oeste
devem fornecer luz solar adequada. Se as folhas ficarem pálidas, murchas e
fracas, significa que não estão recebendo luz suficiente.
Para
contrabalançar a secura do aquecimento no inverno, ponha os vasos sobre seixos,
dispostos numa bandeja de metal ou plástico cheia de água junto ao fundo dos
vasos; ou então borrife as plantas pelo menos uma ou duas vezes por dia. É
melhor regá-las com água morna durante o inverno.
Verifique
se há pragas; as plantas dentro de casa são mais suscetíveis. Se encontrar
alguma, lave as plantas com delicadeza: as menores de cabeça pra baixo, na pia
da cozinha, e as maiores no chuveiro. Você também pode lavá-las ou
pulverizá-las com uma mistura de água e detergente (use uma colher de chá para
cada xícara de água), enxagüando em seguida. Outra pulverização eficaz é uma
mistura de oito a dez dentes de alho cortados em lascas finas com uma colher de
chá de pimenta seca, deixada numa infusão em duas xícaras de água fervente. Coe
a solução com um pano e misture a ela duas colheres de sopa de detergente
líquido. Aplique durante alguns dias até a praga desaparecer.
Colheita e Preservação
Durante
os meses de verão, colha as ervas frescas de acordo com suas necessidades. Mas,
para obter o máximo de um jardim de ervas e conservá-lo com bom aspecto, uma
boa idéia é também colher algumas folhas, flores e sementes e armazená-las. A
melhor época para cortar as ervas para preservação é quando as plantas começam
a dar flores; nesta fase, a essência das folhas atingiu o auge. Colha as folhas
no meio da manhã, assim que o orvalho tenha se evaporado, e antes que chegue o
calor do dia. Pode as ervas anuais até a metade de seu tamanho, e as perenes
até um terço. As ervas de crescimento lento, como o louro e o alecrim, demandam
uma poda mais leve.
Corte
os galhos com podeiras ou uma faca e arrume-os em camadas numa cesta. Colha
somente a quantidade de folhas que for usar em seguida e nunca as deixe
empilhadas.
Sementes
como as do coentro, aneto, cominho, funcho e a alcaravia devem ser retiradas
logo que se tornem escuras, e os talos comecem a murchar.
As raízes podem ser colhidas em qualquer época, mas a
melhor estação é o outono. Desenterre um tufo de raiz, separando a quantidade
de torrões de que vai precisar. Replante com cuidado os que sobrarem.
A
secagem é a maneira consagrada pelo tempo de se preservarem ervas. Funciona bem
para segurelha, hortelã, tomilho, manjerona, levistico, louro, alecrim, orégano
e erva-cidreira. A sálvia também se adequa à secagem, embora às vezes fique
bolorenta. O aneto, o cebolinho, a salsa, o cerefólio, o funcho e o louro
perdem muito de seu sabor, sendo preferível congelá-los.
Uma
maneira de secar ervas é amarrá-las em ramos e pendurá-las de cabeça para baixo
em local quente, seco e bem arejado. Um sótão ou galpão é ideal, ou se desejar,
você pode pô-las do lado de fora da casa, à sombra, e trazê-las para dentro à
noite – a secagem à luz do sol destrói o sabor e a cor. Para conservar os ramos
livres de poeira, é aconselhável pô-los dentro de sacos de papel furados. Se
costuma secar ervas no forno da cozinha, certifique-se de que a temperatura não
ultrapasse os 65°C,
caso contrário, todo o sabor será destruído.
Quando
suficientemente secas, as ervas se desfazem se você as esmigalhar. Para chegar
a esse estágio levam até duas semanas, dependendo do tipo de erva, da
temperatura do ar e do processo de secagem. O próximo passo é retirar as folhas
dos caules e sacudir as sementes. Conserve-as em recipientes de louça ou de
vidro fechados. Ponha etiquetas com o nome da erva e a data. Durante a primeira
semana de estocagem, verifique se há sinais de condensação. Se houver, retire
as ervas do recipiente e seque-as durante um ou dois dias.
As
ervas secas se conservam melhor em locais frescos e escuros, como despensas ou
armários. Embora fiquem bonitas dentro de jarras de vidro expostas na cozinha,
logo perdem a cor e o sabor. Ervas estocadas duram um ano ou mais.
A maioria das ervas conserva cores vivas e grande
parte do sabor quando congeladas. Podem ser usadas em sopas, ensopados,
guisados, molhos e tempero para saladas, mas ficam excessivamente moles para
decorar pratos. ![]() |
Ervas congeladas |
Lave as
ervas e corte todas as partes sem cor. O aneto, o manjericão e o tomilho conservam
melhor o sabor e as cores quando alvejados antes de congelar (Para alvejar o
manjericão, ferva uma panela cheia de água, e com pinças, mergulhe de uma só
vez alguns ramos de ervas na água. Após alguns segundos, retire-os, sacuda-os
para eliminar o excesso de água e seque as ervas entre duas toalhas limpas.)
Ponha-as
em sacos plásticos; vede, etiquete e date. Se for congelar somente as folhas,
ponha-as bem abertas numa assadeira, congele-as e só depois coloque-as em sacos
plásticos. Caso contrário, elas irão colar umas nas outras.
Outro
método de congelamento consiste em moer as ervas, pô-las em fôrmas de gelo e
enchê-las de água. Ou então, pique as ervas no liqüidificador ou processador de
alimentos com um pouco de água e depois coloque o líquido nas fôrmas. Assim que
as fôrmas de gelo estiverem congeladas, ponha as pedras de ervas em sacos
plásticos etiquetados.
Ervas
congeladas se conservam durante mais de seis meses. Se for usá-las em pratos
quentes, não há necessidade de descongelar antes de usar.
Manjericão,
alecrim, azedinha-da-horta e estragão podem ser conservados em óleo e guardados
por até nove meses. Utilize óleo vegetal ou azeite, ou ainda uma mistura dos
dois. Ponha uma camada de folhas lavadas e secas numa jarra de vidro e por cima
uma camada de óleo. Alterne as camadas, sendo a última de óleo. Mantenha na
geladeira. Ao usar as folhas, raspe o excesso de óleo, devolvendo-o à jarra.
Use seu óleo de ervas preferido em escabeches, refogados, churrascos ou molho
de saladas.
Fonte: circulo sagrado. Adaptado do livro ‘Segredos e
Virtudes das Plantas Medicinais’, Reader’s Digest
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