sábado, 2 de fevereiro de 2019

dia 2 - dia de Iemanjá


Iemanjá (Yemọjá na Nigéria, Yemayá em Cuba e apenas Iemanjá no Brasil; é o orixá do povo Egba, divindade da fertilidade originalmente associada aos rios e desembocaduras. Seu culto principal estabeleceu-se em Abeokuta após migrações forçadas, tomando como suporte o rio Ògùn de onde manifesta-se em qualquer outro corpo de água. Também é reverenciada em partes da América do sul, Caribe e Estados unidos. Sendo identificada no merindilogun pelos odus Irosun, Ossá e Ogunda e é representada materialmente pelo assentamento sagrado denominado Igba Iemanjá. Manifesta-se em iniciados em seus mistérios (eleguns) através de possessão ou transe.
Celebrada em Ifé como filha de Olokun a divindade dos mares, essa simbiose lendária foi enaltecida no processo da diáspora africana resultando na assimilação de Iemanjá dos atributos da água salgada, sendo o motivo para a sua associação aos mares no Novo Mundo. Com o sincretismo de outras divindades e de influências européias, foi imbuída de inúmeros atributos e poderes em uma grande variedade de cultos. O seu arquétipo maternal consolidou-se sobretudo como Mãe de todos os Orixás. Iemanjá nas palavras de D. M. Zenicola, "representa o poder progenitor feminino; é ela que nos faz nascer, divindade que é maternidade universal, a Mãe do Mundo".
Ela ama os homens do mar e os protege. Mas quando os deseja, ela os mata e torna-os seus esposos no fundo do mar".
"Iemanjá", nome que deriva da contração da expressão em iorubá Yèyé omo ejá ("Mãe cujos filhos são peixes") ou simplesmente Yemọjáem referência a um rio homônimo cultuado nos primórdios do culto deste orixá.
Iemanjá, em seu culto original, é um orixá associado aos rios e desembocaduras, à fertilidade feminina, à maternidade e primordialmente ao processo de gênese do Àiyé (mundo) e a continuidade da vida.
 


A referência da guerra e da fuga dos egbas reflete-se em sua mitologia.
Sobre o temor do poder da ancestralidade feminina reverenciada em Iemanjá, legitimada em sua própria mitologia, Omari-Tunkara explica: "Existem várias referências na literatura sobre os iorubás  na África Ocidental para o papel de Yemọjá como Àieé ou Iyami  - nossa mãe (ou bruxa no pensamento ocidental). De acordo com Peter Morton-Williams (1960), Yemọjá é a mãe da feitiçaria. Em um estudo clássico, Deuses Negros e Reis, Thompson cita dois sacerdotes de alto escalão que enfatizam a estreita ligação de Yemọjá e Gelede,, uma sociedade dedicada à apaziguar iyami: "Gelede  é a adoração de Yemọjá, deusa do mar e rio. As máscaras de Gèlèdé representam ela e seus descendentes do sexo feminino', e 'Yemọjá é proprietária de Gélèdé'.
Em alguns mitos, Iemanjá teria sido mulher de ogum, acompanhando-o em suas inúmeras campanhas de guerra com porte do facão (obé), mas insatisfeita com seu casamento com o Orixá da guerra quis livrar-se dele. O mito registrado por L. Cabrera se inicia com a afirmativa que naqueles tempos quando Ikú, a Morte, levava a vida de alguém não lhe sepultavam o corpo, e Iemanjá sabendo disso planejou tirar proveito.
Há um outro relato de infidelidade de Iemanjá quando casada com Ogum na santeria, tendo por amante obaluayê. O envolvimento amoroso de ambos teria sido descoberto pelos cães de Ogum, sempre fiéis. Noutras menções, ambos são, também, casados, no Brasil no entanto evidenciou-se um vínculo maternal entre Iemanjá e Obaluayê, orixá das doenças e da cura, que teria sido criado como filho adotivo por ela após este ter sido abandonado por sua mãe Nanã, por ter nascido com o corpo coberto de feridas. Obaluaiyê perdoaria a mãe biológica mais tarde, mas sem jamais abandonar Iemanjá que o criou.

Estátua de Iemanjá na Praia de Camburi - Estado: Espírito Santo - Brasil

"A relação de Iemanjá com os homens, nas lendas mais antigas, é a de distância física. Ela está sempre farta dos esposos, sempre fugindo deles ou, no mínimo, eles estão ausentes. Não há relatos ancestrais de amores ardentes e sensuais e seus companheiros aparecem apenas como os pais materiais de seus filhos, embora ela habitualmente conceba sozinha a sua prole. A relação de Iemanjá com os seus companheiros é de a parceria, de amizade, de comunhão e não de amor sexual.
Iemanjá sendo uma divindade possuidora de grande popularidade no Brasil e em Cuba é celebrada com grandes festas públicas, entre as quais se destacam o presente de Iemanjá na praia do Rio Vermelho na Bahia no dia 2 de fevereiro, e a festa no dia 8 de dezembro juntamente as festividades de Nossa Senhora da Conceição no Brasil. Em Cuba, suas festividades ocorrem no dia da Virgem de Regla, em 8 de setembro.
·                    Yemowô ou Yeyemowo
Na África, é mulher de Oxalá, sendo citada por Verger como sendo qualidade de Iemanjá. S. Poli, no entanto, a apresenta como divindade distinta.
No Brasil, a orixá goza de grande popularidade entre os seguidores de religiões afro-brasileiras e até por membros de religiões distintas. Em Salvador, ocorre anualmente, no dia 2 de fevereiro, a maior festa do país em homenagem à "Rainha do Mar". A celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em procissão até o templo mor, localizado no bairro Rio Vermelho, onde depositam variedades de oferendas, tais como espelhos, bijuterias, comidas, perfumes e toda sorte de agrados. Todavia, na cidade de São Gonçalo, os festejos acontecem no dia 10 de fevereiro.
 
Igba Orixá de yemaya na Santeria - Cuba


A Festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Porto alegre é a maior festa religiosa da cidade brasileira do sul do Brasil, e homenageia Nossa Senhora dos Navegantes e seu sincretismo afro-brasileiro. É realizada no dia 2 de fevereiro de cada ano, desde 1870. Originalmente, constava de uma procissão fluvial, com embarcações que singravam o Lago Guaíba desde o cais do porto, levando a imagem da santa do Centro da Cidade até a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes. Hoje, por determinação impeditiva da Capitania dos Portos, a procissão é terrestre, levando a imagem desde a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Centro da cidade, até a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes.

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