sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Dia de Santo Antão 17



Santo Antão é invocado como o Padroeiro dos animais domésticos, mas como é que Santo Antão passou a ser associado com os animais, consagrando-o como seu excelso Patrono, são questões de nada fácil deslinde. 
Uma hipótese de explicação vai pela convivência do eremita com todos os animais. 

Terá sido já no séc. X que a invocação contra as epidemias, o mal ou a maleita do fogo-de-Santo Antão,vulgo herpes, popularizou a intercessão miraculosa do nosso Santo a favor do bibo : gado vacum, equino, muar, asinino, ovino, caprino, bem como animais de estimação, todos ficaram ao abrigo do seu capote espiritual e ao alcance do seu báculo punidor, se tresmalhos houver.
Como reflexo do culto popular de Santo Antão no Ocidente, e devido à sua fama de curar doenças contagiosas e epidemias, surgiu uma Congregação Religiosa que tinha o carisma especial de cuidar dos doentes, sobretudo aqueles que eram atingidos por epidemias e doenças contagiosas. 
Para assegurar a subsistência de seus hospitais, os religiosos "antonianos" criavam porcos, que perambulavam pelas ruas, e eram mantidos pela caridade pública, pelos restos de comida jogados pelas famílias. 

Muita gente, imitando o costume dos "antonianos", começou a criar porcos soltos nas ruas das cidades.
 Foi necessário então que a autoridade civil promulgasse uma lei proibindo criar porcos soltos na rua, com exceção dos porcos dos hospitais antonianos, os quais, para serem identificados, deviam levar uma campainha, um chocalho, preso ao pescoço. 

Em alguns lugares da Europa, ainda hoje existe o costume de se criar, durante o ano, às custas da coletividade, o "porco de Santo Antão", que é leiloado para cobrir os gastos da festa do santo.
Provavelmente temos aí, nos porcos criados pelos hospitais antonianos, a origem e a explicação do simpático porquinho que vemos sempre aos pés da imagem de Santo Antão.
A partir de um certo momento, foram colocados sob a proteção de Santo Antão, os porcos e depois todos os animais domésticos.

 Na Itália antiga, no dia 17 de janeiro, se fazia a bênção de animais domésticos, que era acompanhada por festejos populares, entre os quais, desfiles de cavalos. 

Em Roma, a bênção de animais era feita sobretudo na Igreja de Santo Euzébio. 

Ainda hoje, em Pinerolo-Itália, depois da bênção de animais, se realiza a corrida de cavalos.
Santo antão é ajudado por leões a enterrar São Paulo , o eremita

Quando Antão chegou de novo à caverna, encontrou Paulo de joelhos, a rezar.

Ajoelhou-se também para rezar. Mas depois percebeu, pela rigidez do corpo de Paulo, que era um morto que ali estava de joelhos, na atitude de prece. 

Profundamente pesaroso, Antão tomou o corpo do santo, para preparar o lugar de seu derradeiro repouso. Não tinha instrumento para cavar uma cova.
Mas ao circunvagar a vista, sem saber como fazer, viu dois leões que caminhavam em sua direção.

 Poucos passos adiante pararam e com suas garras começaram a cavar uma cova.




Antão depositou o corpo nela e cobriu-o com o manto da Igreja.
Os animais vêm chorar com Santo Antão a morte de São Paulo, o eremita.

Depois ajoelhou-se ao lado da cova para chorar a morte de São Paulo.
E ouviu o eco de sua voz multiplicado num grande coro de lamentação, e, quando ergueu a vista, viu todos os animais do deserto reunidos em torno do túmulo. Tinham vindo chorar a perda de seu amigo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário