sábado, 25 de janeiro de 2020

Fã de Virgínia Woolf


Ela nasceu em Kensington, Middlesex, 25 de janeiro de 1882 e morreu em  Lewes, Sussex, 28 de março de 1941, foi uma escritora, ensaísta e editora britânica, conhecida como uma das mais proeminentes figuras do modernismo.
Estreou-se na literatura em 1915 com o romance The Voyage Out, que abriu o caminho para a sua carreira como escritora e uma série de obras notáveis. Morreu em 1941, tendo cometido suicídio.
Virginia Stephen não frequentou escola, foi educada, em vez disso, por professores particulares e através de aulas com seu pai. Ela era impressionada pelo trabalho literário e pelo trabalho de editor do monumental Dictionary of National Biography de seu pai e também por sua vasta biblioteca particular, daí desde cedo a expressão de tornar-se escritora. Em cinco de maio de 1895, quando morreu sua mãe, Virginia, então com 13 anos, sofreu seu primeiro colapso mental. Sua meia irmã Stella, quem primeiro comandou a casa após a morte da mãe, casou-se dois anos depois com Jack Hills e, com isso, deixou a casa da família. Stella morreu pouco depois de sua lua de mel em razão de uma peritonite.


De 1882 a 1894, a família passou suas férias de verão em Talland House, sua residência de verão com vista para a praia de Porthminster e para o farol de Godrevy Point. A casa era localizada na pequena cidade litorânea de St. Ives em Cornualha, que em 1928 tornou-se uma colônia de artistas. Virginia descreve o local em suas memórias:
Nossa casa era [...] no morro. [...] Tinha uma ótima vista [...] de toda a baía até o farol Godreyver. Na encosta do morro, havia pequenos gramados que eram emoldurados por moitas maiores [...]. Entrava-se em Talland House por um grande portão de madeira – [...] e vinha-se, então, à direita para Lugaus [...] De Lugaus, tinha-se uma visão bastante clara da baía.
Em 26 de junho de 1902, o pai de Virginia foi nomeado Cavaleiro da Mais Honorável Ordem do Banho. Durante esse período, Virginia escreveu diversos ensaios e os preparou para publicação. Em janeiro de 1904, Virginia teve seu primeiro artigo publicado no suplemento feminino impresso pelo The Guardian. Em 22 de fevereiro de 1904, seu pai morreu de câncer. Isso significou um período de ruptura, que foi marcado pela exaustiva convivência de Virginia com a difícil personalidade de Leslie.
Em seu último bilhete para o marido, Leonard Woolf, Virginia escreveu:
Querido,
Tenho certeza de que enlouquecerei novamente. Sinto que não podemos passar por outro daqueles tempos terríveis. E, desta vez, não vou me recuperar. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Por isso estou fazendo o que me parece ser a melhor coisa a fazer. Você tem me dado a maior felicidade possível. Você tem sido, em todos os aspectos, tudo o que alguém poderia ser. Não acho que duas pessoas poderiam ter sido mais felizes, até a chegada dessa terrível doença. Não consigo mais lutar. Sei que estou estragando a sua vida, que sem mim você poderia trabalhar. E você vai, eu sei. Veja que nem sequer consigo escrever isso apropriadamente. Não consigo ler. O que quero dizer é que devo toda a felicidade da minha vida a você. Você tem sido inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom. Quero dizer que – todo mundo sabe disso. Se alguém pudesse me salvar teria sido você. Tudo se foi para mim, menos a certeza da sua bondade. Não posso continuar a estragar a sua vida. Não creio que duas pessoas poderiam ter sido mais felizes do que nós.
V.

Muitas discussões foram travadas em torno dos problemas psiquiátricos de Woolf, descrito como “doença maníaco-depressiva” no livro The Flight of the Mind: Virginia Woolf’s Art and Manic-Depressive Illness, de Thomas Caramagno, de 1992, em que ele também alerta contra o “gênio neurótico” com que se vê problemas psiquiátricos, onde as pessoas acreditam que a criatividade de alguma forma nasce desses problemas (o termo “maníaco-depressivo” foi abandonado por “transtorno bipolar” devido à infundada associação daquele a atos violentos). Em dois livros de Stephen Trombley, Woolf é descrita como tendo uma relação conflituosa com os seus médicos, e possivelmente sendo uma mulher que foi uma “vitima da medicina masculina”, referindo-se à ignorância de então sobre doenças psiquiátricas.

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